A verdade sobre Dayana Avancini

Enquanto caminhávamos sob a sombra dos edifícios arranha-céus nova-iorquinos para driblar o sol escaldante do verão norte americano, Dayana sugeriu que fizéssemos uma pausa para sentar um pouco e descansar os pés, calejados pelos quilômetros diários que nos levavam aos pontos turísticos da Big Apple. Assim que encontramos um concorrido banco vago na ilha de Manhattan, ela me fitou os olhos, recuperou o fôlego e disse: agora você vai ouvir a verdade sobre quem é Dayana Avancini

E, então, ela me contou detalhadamente sobre sua nova vida nos Estados Unidos nos últimos quatro meses e meio, e o quão disposta ela estava a voltar para o Brasil – ou, ao menos, não seguir mais seu American Dream. Eu via ali a possibilidade de estender um pouco mais os nossos encontros, e comecei a tomar a coragem necessária para pedi-la em namoro e oficializar uma história maluca de um cara que mora no Brasil mas se apaixonou por uma brasileira que costumava morar na sua cidade, mas decidira se mudar para 7.725 km ao norte para dar um novo significado à sua vida.

A coragem que eu começava a tomar vinha através da naturalidade dela em dizer coisas como “mas se você realmente se mudar para Toronto em 2019 eu posso ir com você; se você não conseguir a gente mora em Porto Velho mesmo”. A verdade de Dayana era que seus planos estavam alinhados aos meus, e o plano de um incluía o do outro, na simplicidade de quando você encontra alguém por aí que vai para o mesmo lugar que você e então vocês decidem ir juntos, para um fazer companhia ao outro e aproveitarem o caminho juntos, conversando.

E assim tem sido, desde 24 de junho, quando nos encontramos na Port Authority pela primeira vez como um casal, ou três meses antes disto, quando conversávamos despretensiosamente enquanto eu voltava para o Brasil, ou dia 25 de fevereiro, quando encontrei ela pela primeira vez, na esquina conhecida como The Junction, em Toronto. A vida tem dessas ironias.

A verdade, também, é que já éramos um casal antes mesmos de nos encontrarmos em Nova Iorque, tanto que não nos passava pela cabeça a ideia de não darmos certo durante nossos primeiros encontros. E, por todas as circunstâncias de quando nos conhecemos em fevereiro, sem a necessidade de impressionar ou conquistar, é que pudemos nos conhecer de verdade e nos apaixonarmos por nossas essências. Nós e essências no plural, porque se ela ou eu não estivéssemos apaixonados por nós mesmos, nunca nos apaixonaríamos um pelo outro.

De planos traçados, voltei para o Brasil com o objetivo de vê-la novamente há uma semana atrás, onde percorreríamos junto uma das estradas mais famosas do mundo e que em março, nove meses depois de nossa viagem a Nova Iorque, ela estaria de volta ao Brasil e, daqui, iniciaríamos nossas vidas juntos.

No maior plot twist das histórias que já me contaram e das que vivi, Dayana me liga na tarde de um domingo quente, pede para eu me sentar e me diz, sem mais palavras, que cinco testes de gravidez diziam a ela que seríamos pais. 1+1 = 3

O tempo e sua relatividade. Nove meses era muito tempo. De repente, se tornou muito pouco.

Se há cinco meses, antes de te ver entrando na rodoviária de Nova Iorque alguém me dissesse que eu teria de explicar tudo isso em seu aniversário, você me conhece, meu amor, eu tomaria nota. Isto porque tantos são os detalhes que soa à beira da injustiça ter que explicar de maneira tão simples o quanto o mundo me dá motivos para gostar tanto de você.

Você se apresentou para mim com um sorriso, e repete toda manhã o mesmo gesto, como quem me mostra que esse dia também vai ser especial. E, a partir deste sorriso, a gente vem redesenhando nossos planos de vida, e tornamo-nos, juntos, os objetivos que tanto procurávamos ao viajarmos.

Depois de respondermos a pergunta quem?, fica mais fácil responder as outras duas: quando? e onde?

Feliz aniversário, meu amor. Este é nosso primeiro seu aniversário juntos e o último antes da baby Helena roubar a cena. Ano que vem, como você me disse, nossos aniversários terão um par de palmas a mais e mais um motivo para comemorarmos.

Parabéns por ser tanto. Seja feliz sempre. Amo você!

Matheus